Total de visualizações de página

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Grite




 “E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim.” (Marcos 10.48.)

         Estávamos indo à igreja, minha filha e eu, não passava das 19 horas, o sol ainda clareava a visão e assim nossos olhos viram cinco meninas, que aparentavam ter entre 12 e 14 anos no máximo, na esquina de uma avenida movimentada. Meninas, crianças seminuas, com suas blusas erguidas acima dos pequenos seios ainda em formação, em um convite ao prazer e  à defraudação.

         No carro a conversa que seguia animada cessou. A leveza da descontração tornou-se um pesado silêncio. O silêncio do constrangimento. O silêncio da impotência. O silêncio da responsabilidade.

         O mundo anda com seus princípios avessos, o que é certo se tornou antiquado e obsoleto. Convivemos com a prostituição de nossas crianças e nos calamos com as desculpas da impotência individual: “A responsabilidade é dos governantes.”  Deixamos a desonra seguir livremente e nem mesmo tentamos gritar nossa posição. E assim seguimos balançando a cabeça como leque que só produz vento e nos justificando: “O mundo está no fim. Jesus está voltando mesmo!” E, assim seguimos pelas ruas e suas esquinas tentando ignorar o real e escancarado.

Seguimos em silêncio…
         “Cale-se você está incomodando!” Era o que o cego  Bartimeu ouvia. Mas quanto mais a multidão o repreendia mandando que se calasse, mais ele gritava. Ele tinha uma posição, sabia o que queria. Ele queria voltar a ver, então, clamava em alta voz ao mestre. Tanto gritou, tanto insistiu que teve a cura de seus olhos.
Quanto a nós, nos calamos, fechamos os nossos olhos optando pela cegueira da conveniência. Vergonha.

         Quero convidá-lo a dar um grito pela vida, pela preservação das nossas crianças. Manifeste-se, oponha-se, mostre a sua posição. Denuncie, chame a polícia quando se deparar com situações de abuso.  Faça barulho da forma que você puder. Não se cale!

         Gritemos em alta voz pela cura da nossa sociedade, das nossas famílias, da nossa cegueira.
Clamemos por nossas crianças!

 ”O que você quer que eu lhe faça? Perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: Mestre, eu quero ver! ” (Marcos 10.51.)        

                                                            
::Por Nilma Gracia Araujo
nilmaraujo@hotmail.com                
Formada no Seminário Teológico Carisma
Membro da IBCVN



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores